domingo, 9 de abril de 2017

AGORA É TARDE

Estava a 1000km de Vila Real e recebo três sms com a notícia da demolição da panificadora e mensagens respectivas:
1 – Sem comentários!!!
2 – Olha para isto!!! Quelhas, não fazes nada?
3 – Professora, perdemos a luta, rebentaram com a panificadora, não serviu de nada o trabalho que fizemos na escola.

Nem sei o que devo dizer/escrever e não ouso partilhar o que já me passou pelo pensamento.
Sinto-me triste.
Vila Real acaba de perder um edifício com algum valor arquitectónico e a culpa não é de ninguém, dizem. Nunca ninguém tem culpa de nada. Dizem que a culpa morre sempre solteira.
Se alguém pensa que um edifício de apartamentos será um ponto de atração para forasteiros virem visitar à cidade….
Se alguém pensa que um caixote qualquer pode gerar orgulho nos habitantes desta cidade…
Se alguém pensa que uma máquina a derrubar paredes dará brilho à nossa identidade…
….tstststst desenganem-se.
Não culpo o proprietário do edifício, seja um tal senhor da Régua ou seja a cadeia dos supermercados LIDL, ou seja quem for…. Até admiro a sua paciência e tolerância pela indefinição que certamente se rodeia este investimento.
Sinto-me triste pela inercia das instituições, pelo “deixa andar” ao longo de 20 anos, dos que gerem a nossa cultura e o nosso património,  … mesmo sem dinheiro é possível fazer tanta coisa, entre as quais classificar, proteger, legislar e informar.
Não deveriam ser os cidadãos a propor a integração de determinado edifício como património, o IPPAR, a Secretaria de Estado da Cultura, as Câmaras Municipais e Juntas de freguesia, deveriam ter os seus territórios inventariados, evitando a revolta e a indignação dos cidadãos. As instituições estão cheias de arquitectos, engenheiros, economistas e a fina flor do conhecimento, e o q fazem?
Sabem, fico triste porque o Pioledo já não existe, os SLAT também não, a casinha dos azulejos da rua Visconde de Carnaxide cedeu espaço para a rotunda, a tasca do alemão fechou, o Excelssior eclipsou-se, o jardim da avenida foi decepado, os brasões estão esquecidos nas bordas de um jardim…  Sabem, fico triste, porque a seguir, serão as adufas que irão apodrecer, será a varanda renascentista que se irá desmontar, serão os brasões que irão perecendo em nome do progresso. Um dia cairá o coreto do jardim da carreira, o jardim será transformado em parque de estacionamento, o telhado da igreja de S. Dinis ruirá completamente, já ninguém saberá do Espadeiro e a casa de Diogo Cão passará a ter um chinês na máquina registadora. Nesse dia o Carvalho Araújo fará um manguito a esta cidade. Somos pobres, cada vez mais pobres, com a mania que somos os maiores.
Isto representa trinta anos de sucessivas asneiras e perdas.
Ah mas temos um LiDL, um Continente, um Shoping, um MacDonald, um teatro, um museu, rotundas e edifícios gigantescos que parecem caixotes fatiados, que tanto poderiam estar aqui como em qualquer ponto do planeta.

“Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) abriu agora o processo de forma “a impedir danos continuados no imóvel em vias de classificação”, informou este organismo, que considerou que o edifício está em risco.
AGORA É TARDE!!!!!

Sinto-me triste… uma tristeza que engloba dezenas de alunos, respectivas famílias, e alguns Vila-Realenses que acompanharam toda a tentativa de preservar o edifício.
- Bruno, confirmo, perdemos a luta, não serviu de nada o nosso trabalho.
- … e não faço nada, já fiz a minha parte e há um registo na net para quem quiser consultar.
Copio a parte final da minha acção (9/06/2014)
Avaliação
Este foi um tema muito oportuno para levar os alunos a pensar na sua cidade, despertando as suas consciências como cidadãos críticos e intervenientes e ampliando os seus conhecimentos culturais e estéticos.
Lancei este tema sem antecipar que seria desenvolvido em simultâneo com o desaparecimento do grande artista plástico. Tive o privilégio de provocar ainda os últimos sorrisos de Nadir ao comunicar-lhe o entusiasmo que rodeava este projeto de trabalho.
A minha tarefa termina aqui.
Relembrei à população de Vila Real, como é necessário estar atenta para conservar o seu património, divulguei a obra de Nadir Afonso e solicitei à Câmara Municipal a classificação da panificadora de Vila Real.
Fica aqui o registo de toda a dinâmica realizada.
Bem hajam a todos

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Avaliação

Este foi um tema muito oportuno para levar os alunos a pensar na sua cidade, despertando as suas consciências como cidadãos críticos e intervenientes e ampliando os seus conhecimentos culturais e estéticos.
Lancei este tema sem antecipar que seria desenvolvido em simultâneo com o desaparecimento do grande artista plástico. Tive o privilégio de provocar ainda os últimos sorrisos de Nadir ao comunicar-lhe o entusiasmo que rodeava este projeto de trabalho.
A minha tarefa termina aqui.
Relembrei à população de Vila Real, como é necessário estar atento para conservar o seu património, divulguei a obra de Nadir Afonso e solicitei à Câmara Municipal a classificação da panificadora de Vila Real.
Fica aqui o registo de toda a dinâmica realizada.
Bem hajam a todos
Anabela Quelhas

EXPOSIÇÃO FINAL DO ANO LETIVO

Todos os alunos do 2º e 3º ciclos desenvolveram trabalhos de recriação da obra de Nadir Afonso.
A mostra realizou-se durante o mês de junho de 2014 nas bibliotecas da Escola EB Monsenhor Jerónimo Amaral e Escola Secundária Morgado de Mateus.
Professores orientadores: Anabela Quelhas, Antório Carquejo, António Pena Gil, José Seixas, Maria José, Vitor Pinto
 
 
























quinta-feira, 3 de abril de 2014

EXPOSIÇÃO DOS TRABALHOS SOBRE NADIR AFONSO - 9º ANO - MUSEU DE NUMISMÁTICA DE VILA REAL

Expõem-se diversos trabalhos sobre o grande mestre Nadir Afonso, artista plástico português, recentemente desaparecido.
Estes trabalhos são o resultado de uma unidade de trabalho desenvolvida na disciplina de Educação Visual, por alguns alunos do Agrupamento de Escolas Morgado de Mateus, no final do ano 2013 e orientados pelos docentes Anabela Quelhas e Vítor Pinto.
Porque acreditamos que uma escola deve ser ativa, criativa e interveniente, enveredamos por este caminho de análise urbana associada à única obra que o arquiteto Nadir Afonso realizou em Vila Real – panificadora de Vila Real.
Sensibilizar para o património construído, despertar as consciências para as propostas estéticas deste mestre e  promover a multicultaridade, foram os objetivos desta ação.
Nesta exposição figuram recriações das suas pinturas (organicismo, fratal, pré-geometrismo e período perspetivo), trabalhos de investigação, trabalhos analíticos da panificadora, retratos do mestre, etc.
Todo o trabalho foi planificado com o conhecimento do mestre Nadir, poucos meses antes de falecer, que nos deu apoio através da disponibilização de livros publicados acerca da sua obra e através de pequenas mensagens trocadas numa rede social.
Sentimos algum entusiasmo do outro lado e verificamos que foi acompanhando o desenvolvimento do trabalho da turma 9º D, através de um blog construído para esta ação.
O trabalho concluiu-se com um ofício enviado para a Câmara Municipal de Vila Real, solicitando a classificação do imóvel como Património Municipal.
Entretanto o mestre faleceu mesmo no final do nosso trabalho. Os alunos ficaram tristes pois pretendiam agendar um encontro com Nadir Afonso...
A obra fica e o conhecimento também.
NADIR AFONSO vale sempre a pena!
Anabela Quelhas


e
EXPOSIÇÃO DOS TRABALHOS REALIZADOS SOBRE A OBRA DE NADIR AFONSO
De 31 de Março a 5 de Abril de 2014
Explorações plásticas tendo como modelo orientador a obra de Nadir em diversas fases. Análise urbana da panificadora de Vila Real e tentativa de recuperação desta obra única.
Trabalhos emoldurados a azul - 9º D
Outros - restantes turmas do 9º ano
Docentes - Anabela Quelhas e Vitor Pinto





terça-feira, 29 de outubro de 2013

COMO CONSULTAR O BLOGUE

O blogue foi construído por forma a facilitar a consulta dos cibernautas, assim basta procurar as etiquetas localizadas na coluna da direita e clicar.
O blogue aceita comentários.
Grata pela sua atenção.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Agradecimentos

Agradeço,
 à direcção do Agrupamento de Escolas Morgado de Mateus que sempre confia nas minhas ideias,
 ao jornal regional Notícias de Vila Real,
 ao projecto Comenius que permitirá uma visibilidade europeia deste projecto,
 à Rede de Bibliotecas Escolares de onde recolho muitos ensinamentos,
 aos meus colegas de grupo disciplinar, que certamente irão dar continuidade a este estudo e o irão enriquecer,
ao Mestre Nadir Afonso que muito admiro e que acompanhou tudo desde o início, simplesmente como observador, sem qualquer interferência, cumprindo uma postura de grande liberdade e respeito por este modesto trabalho.
aos meus estimados alunos que se empenham e dão o seu melhor para responder aos meus desafios,
e a todos os outros colaborades que de alguma forma tornaram esta experiência possível.

Conclusão

CONCLUSÃO:
Trabalho concluido por parte dos alunos. 
O objectivo primordial de sensibilização  para a preservação do património foi atingido com sucesso. Foi com entusiasmo que vi os meus alunos a dialogar sobre os problemas urbanos e a exercitar o desenho de observação. 
Agora será necessário iniciar um caminho de consciencialização dos restantes cidadãos e sensibilizar a autarquia. O primeiro passo é a classificação do imóvel como património municipal. Depois deverão ser elaborados estudos para encontrar soluções por profissionais, que conciliem a forma, com a função e com a parte económica. Recorde-se que este edificio não é um edifício público, pertence a um particular e obviamente é necessário zelar também pelo interesse deste, mas nunca esquecendo a identidade do edificio, o interesse da comunidade e a opinião do seu autor.
Por favor ajude a divulgação desta experiência.
Nós fizemos a nossa parte.